Made in USA


Quantas milhões de cruzes já foram calcadas em troca de zeros no fim das exorbitantes contas dos nossos friends?
Quantas milhares de crianças de olhos puxados perderam dedos, mãos e até a vida por um tênis que você compra na loja da esquina?
Quantos milhões de animais não sangraram até a última gota de sangue pro seu lanche depois do cinema ser mais suculento?
Quantas redes de prostituição infantil não foram criadas para pagar as nossas dívidas com Eles, os supremos, por trás dos papéis enquanto seu imposto encarece e você não tem a mínima atitude de reivindicar à sua posse?


Se você consegue fechar os olhos e dormir em paz, parabéns. O problema ainda se restringe aos pobres miseráveis habitantes das favelas do terceiro mundo. Só lembre que a "fair trade" deles hoje, pode valer um olho da sua cara amanhã.

Sempre

Preciso do sempre pra poder te amar
E alguns motivos pra reanimar
Um coração que tanto tempo fingiu bater

E se algum dia você procurar
Razões pra me ver sorrir e levantar
Do chão que um dia eu me enterrei
Olhe no mesmo espelho que eu olhei.

Pragma


E quem não pensa no fim?
Nas idas e vindas de um amor de rugas?
Avenidas cheias de cicatrizes
Pedaços de papel nas ruas

E quem nunca viu uma flor
E pensou nos instantes de desejo
Daquele antigo e intenso amor
Daqueles segundos infinitos de beijo?

E quem nunca quis dar à paz
Uma chance de ser pertubado
Por notícias com cheiro de mar
E um luar frio, cheio de pecado?

Ah coração, que louco você foi
De se apaixonar pela primeira mania
Por essa atração indulgente em dependência
Que tanto te traz agonia.

O caos e a borboleta

Mentes insanas, dinâmicas, complexas. Curvas lógicas e retroativas percorrem por suas vias adaptadas a um sistema quase sempre estável, esperando por algum deslize para desviar a rota e entrar em puro caos. Assim, em mínimas decisões, é alterado o fluxo contínuo de resposta, gerando uma transformação inesperada e um futuro incerto.

Dependemos dessas vias para tornar a vida mais fácil, mais automática e dependente do bater incessante das asas, na mesma intensidade e frequência, criando padrões imutáveis para simples fatos. Até a situação limítrofe, agiremos de acordo com a inércia que incorpora em nós todas as manhãs. E se as asas baterem mais rápido, perderem sua simetria e aumentarem a intensidade? Aí sim, faz-se o caos.

Mudam-se os rumos e exigências, o padrão desregula, e de repente, sua decisão pode custar uma vida, talvez a sua. É melhor não ter medo do caos, e sim de viver em padrões certos e repetitivos. O caos é necessário, pois você é o que falha, não o que acerta.

Diálogo? [2]

E quando você me fala de amor, percebo o quanto nós temos sonhos iguais.